num ritmo alucinado...
o atlântico tem duas margens...
e elas se encontraram...
encontro perfeito
intenso
confuso
inseguro
a doçura de estar aqui
com a incerteza de estar amanhã
de querer estar amanhã
subterfúgios
medo
mas, ainda, navegando...
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Fios tecendo (re)encontros
Tem momentos na vida, não são muitos, não acontecem o tempo todo.. mas tem momentos que o tempo ganha outra dimensão...
São aqueles 15 minutos que você não sabe dizer se foram 2h, 4h ou 2 dias. O tempo passa, o dia muda de cor, a temperatura do corpo muda...
e você não tem consciência do que tá acontecendo.. mas não dá pra ignorar... só se entregar...
entregar à beleza do (re)encontro, ao encantamento, à atração...
Homens fortes... homens de uma terra tão dilacerada, tão violentada mas que não permitiu ter sua alma roubada.
Hoje conheci um homem de lá, lá longe... das montanhas, de um alto onde se vê elefantes. O homem tece. Borda. Cria caminhos. Olha como um filho de Ogum porém com mais altivez. Altivez tão rara entre meus compatriotas.
Presenciei um encontro onde a diferença do idioma não criou barreira. Nas palavras do meu irmão-colírio: "era como um se tivéssemos estudado no jardim de infância, seguidos nossos caminhos e agora é o momento do reencontro... pura "brodagem", irmandade num sentido tão amplo...
O europeu, com sua política expansionista, devastou os lugares por onde passou mas, por mais que tentasse (quero crer que a tentativa não era intencional mas puro momento desplugado do universo) não conseguiu devastar corações.
Hoje me senti como há muito tempo não me sentia... o frio percorrendo minha barriga, dando voltas em meu umbigo, o calor subindo pelo corpo, o chão se movendo sob meus pés e meus pés cada vez mais presos ao chão... a atração (humana, física, intensa, sexual), o reconhecimento da existência de tamanha energia dentro de um homem que brinca com cobras e até come a sua carne mas que vai jamais vai injerir a carne de porco.
Não sei o que acontecerá. Talvez não termine na horizontal mas sirva, mais uma vez, pra ver que almas se reencontram. Poderei afirmar se é um reencontro no momento em que eu olhar seus pés...
como se a energia não fosse suficiente!
ai, ocidente... o que fizeste conosco?!
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
NAVEGAÇÃO
(Make Mine Blue)
Compositor: Moacir Santos
Gravação de Milton Nascimento
Depois de tanto procurar
Motivações e explicações
Depois de tanto palmilhar
Desvios e bifurcações
Da proa desta embarcação
Consigo interpretar, enfim,
A carta de navegação
Que o Mar traçou dentro de mim.
A previsão sombria
Assim se dissipou
Aquela Estrela Guia
Do céu me orientou
Milhões de milhas naveguei
Nem sempre ventos a favor
Mas afinal reencontrei
O cais da paz interior.
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