segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Água, água...

Ele chegou, lindo... vi o homem maduro e, no sorriso, no brilho do olho, o menino de 15 anos que eu conheci no século passado.
Dia quente, caminhamos no bairro. Chegamos em casa e a sede era imensa.
O desejo também.
Vontade de sentar no colo dele, abraçá-lo, sentir o cheiro dele e matar minha sede ali.
A conversa flui, quero ver a noite chegar ao lado dele mas descubro que só tenho mais meia hora pra tudo.
Quero água, quero muita água. Sinto sede, saudade e uma vontade de sair do chão.
Ele aceita meu convite, a gente vai pro chuveiro.
Ele é cuidadoso, tira meu vestido. Eu quero fazer como criança quando está diante da piscina: arrancar a roupa de qualquer jeito, segurar a mão dele e me jogar embaixo d'água.
A gente chega lá... o cheiro dele está tão suave.
Suas mãos, firmes me abraçam, me seguram e sinto meu corpo se abrir para ele. Há um desabrochar em cada pedaço da minha pele, meus poros se abrem e eu quero este homem dentro de mim, com toda a água correndo.
Muita água, muita sede.
O beijo molhado, a mão firme.
A temperatura não sobe mais porque a água equilibra o calor que sinto.
Não penso em mais nada! só quero este homem na minha boca, não faço questão de mais nada, exceto de saboreá-lo, de sentir a textura da pele dele...
Penso em como ele é bonito, como é doce, como é forte.
Não quero nada.
Não quero sentir as mãos dele em mim.
Não quero senti-lo dentro de mim.
Quero que ele volte, com tempo.
Tempo pra que eu possa fazer tudo, inclusive o que não fiz.
E fazer com mais capricho o que já fiz.
Quero que ele seja livre, que faça tudo o que quiser fazer mas que venha pro meu peito, que me traga sua água, seu cheiro, sua força.
A presença dele me movimenta, movimenta minhas águas e faz jorrar mais água da minha nascente.
E tudo isto me faz feliz.