terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tanta coisa ao mesmo tempo,
tantas mudanças,
tantas provações.
Me recolho, quero que o tempo passe
e que tudo se reorganize.
Isto não acontece espontaneamente
e tenho que labutar, mais uma vez.
Não sei se a vida é dura aqui ou em toda a parte.
Mas estou exausta.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A dor passa

Quero acreditar que passa.
Sei que passa. É a regra da vida.
A gente sente a dor e supera. 
A gente segue adiante.

Na bagunça dos últimos tempos fiquei incrédula.
A ferida ainda é evidente.
Não acredito nos homens. O que dizem, me soa mentira.
Quando penso que posso confiar em alguns deles, surge um lampejo de covardia.
Como um homem pode ser covarde?
Por que as mulheres são guerreiras e os homens vagabundos?
Conheço uma geógrafa que sempre faz esta pergunta. Sendo que vagabundo eram os negros capoeiras que davam nó em pingo d'água pra sobreviver.

Hoje, vejo tantos homens que se acovardam.. diante do estudo, da possibilidade de crescimento, do casamento, do compromisso, da verdade ou diante da paternidade?

Vejo também um homem que diz estar bebendo quando está muito triste e, em alguns destes momentos, me liga.
Vejo um homem, sério e de bom humor, jovem com olhar juvenil mas com alguma velhice que anda junto, um ancestral talvez.
Este homem, outra língua, outro continente, outro cheiro, outra referência... este homem traz a possibilidade do novo, traz o sonho, traz o convite para uma nova maternidade - será que realmente ele se jogará na paternidade?
Este homem acendeu o fogo que estava minguado, disse doçuras e travessuras e me fez desejar de novo.
A vida segue... o medo ainda está à espreita mas a vontade de sair desta situação infértil me dá esperança. 

Temos 8000km nos separando. Será que a distância nos faz sonhar com algo que, a proximidade pode revelar ilusório?
Será que os quase 9 anos desde o primeiro encontro, alimentaram fantasias que jamais serão realidade?
Ou será que este é o pano de fundo de uma história possível, uma história em que há possibilidade de encontro honesto e enriquecedor?

Por outro lado, a vida está tão exigente, será que esta paquera é distração do que realmente importa? Não sei.. a vida é assim, a gente arrisca e às vezes, ela acontece.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

uma piscadela e a vida não é mais a mesma

Há um fenômeno que chamo "piscadela". Sabe quando vc tá sonolenta(o) e adormece mas por um curto espaço de tempo e parece que foi uma eternidade? pois é dele que tô falando... o chamo de piscadela.
Numa piscadela destas me encantei por alguém que não merecia mais do que 5 minutos de minha atenção. O encantamento + piscadela resultou numa pessoa linda, que fará 2 anos esta semana.
Tenho visto outras piscadelas deste mesmo naipe. Não sei se é um "recurso mental" para nós, mulheres com mais de 30 que, relutantes diante da maternidade, precisamos de um truque pra descobrir que ela pode ser algo incrivelmente delicioso ou se é nosso medo de nos jogarmos de cara limpa em algo tão intenso.
Não sei mesmo...
Hoje eu soube que uma amiga querida, integrante da gangue dourada, foi presenteada no dia do seu aniversário... em abril, tá chegando um(a) baby e a vida não será mais a mesma...
Estou muito feliz por ela...
Ser mãe solteira é algo muito solitário, às vezes dói demais... a gente perde a mão de um tantão de coisas... a relação com o pai da criança é inexistente, ele é sujeito inexistente, covarde até o último fio de cabelo, já não consigo ir ao cinema, não consigo ter intimidade com outras pessoas (por uma questão de logística), não tô com fôlego nem para ler. Estou desatualizada sobre os lançamentos de livros, não irei à Bienal.. meus rolês são para o SESC. Shows e atividades para crianças. A vida é outra.. mas, eu não queria outra. Espero que para minha amiga seja assim também.

segunda-feira, 16 de julho de 2012


É bom demais quando, pela manhã, vc tem um sorriso gratuito no rosto.
Um sorriso que vem da sensação do corpo que, na noite anterior, foi bem tratado, acarinhado, desejado e satisfeito
Veio de onde eu não esperava, de quem eu não esperava...
em duas semanas, o autor da façanha pegará a estrada e voltará a seus compromissos, sua vida cotidiana.
Ao contrário do que se desenhava - as mãos de um pintor - a redescoberta deste momento aconteceu nas mãos de um jovem historiador.
Interessante que a reconstrução do meu simbólico tenha acontecido assim...
Talvez eu possa dar este tipo de significado a isto.
Voltar a ter intimidade, a amar, está no meu destino mas, para que isto aconteça é preciso espantar os fantasmas e isto eu fiz.
Ok, ele deu uma visitada... Durante uns 15 segundos, na cama, éramos três... mas o expulsei porque há muito que nem em pensamento há alegrias com esse daí.
Estou feliz, tranquila, esperançosa.
Feliz porque aconteceu algo bom.
Tranquila porque ele continuará meu amigo (com benefícios, espero).
Esperançosa porque não desconfiei de um homem, não senti repulsa e não o repeli. Sou capaz de acreditar que há homens merecedores de uma entrega plena e sem temor.
Enfim, estou feliz... deixarei os homens se achegarem mas, em algum momento, este plural, voltará a ser singular. Há espaço pra isto dentro de mim. O sorriso na manhã gelada, da pauliceia descarada, me provou isto.

sábado, 14 de julho de 2012



Quer tirar minha calça de veludo?
Quero tuas mãos em minhas pernas.
Teus dedos de pintor, tão hábeis com pincéis,
desenhando em minha pele.
Há tanto tempo que minha pele não é desenhada...
Tem sido escudo pros golpes do cotidiano, fingindo que aguenta tudo,
no silêncio da condição.
Começo a querer isto com um certo afinco.

Não é o sexo.
O sexo pelo sexo não faz mais sentido.
Porém o sexo como um caminho pra me redescobrir.
Meu corpo passou por uma gestação, 12 quilos a mais, um parto, amamentação.. alguma coisa deve ter mudado.
ou não.
não sei.
Tenho a impressão de que mudou,
não digo fisicamente, esta mudança seria inevitável,
mas simbólica e até sensorialmente.
Quero fazer uma antropologia de mim mesma,
uma observação participante,
mas num campo relativamente seguro.
Não rola ser com o pai de minha filha - levei um tempo pra desfazer esta ideia.
Não rola ser com uma pessoa qualquer.
Com um bom amigo já seria mais adequado.
Com alguém que eu amasse, o ideal..
Porém não vou esperar o amor chegar pra eu fazer isto.
seria o ideal mas ele pode nem acontecer
ou posso esperar e outras coisas acontecerem e perder ESTE momento.
vc e eu já perdermos um momento
não gosto disto mas, decidimos assim.


terça-feira, 1 de maio de 2012

De clichê em clichê a vida se preenche,
o vazio se camufla,
o banal ganha holofotes,
o covarde se traveste de inocente
e a solidão é companheira.

Dona Solidão vai muito bem - faz companhia
pra um montão de gente.
Vida moderna ou medo coletivo?
uma questão de gênero ou equívoco feminista?

Vergonha na cara é como bunda - cada um tem a sua.
A vida cotidiana, fútil e tributável - salve, Alvaro de Campos!
venceu.

Não há amargura em constatar tudo isto
mas alguma coisa está muito errada:
meus sonhos ou minha caminhada?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

sem rumo, nem rota

Estou paralizada...
Não navego em nenhuma direção.
Não sei se é a falta de saber qual direção seguir ou o desapontamento de navegar solitariamente.
Estou assustada e acuada.
Nunca funcionei bem sobre pressão.
Olhar tantas questões do passado e conseguir respostas pra um fracasso num período que não deveria ser de olhar para trás e, sim para frente, está consumindo minha energia.
Não sei o que quero. Se eu quiser o que já me feriu? Masoquismo não é comigo mas, não posso deixar de pensar em com seria se tudo fosse diferente... Ok, plantar um pé de “se” não dá em nada, eu sei... mas tá difícil...
Qual a tampa da garrafa? Qual é o problema que precisa ser resolvido para que eu possa matar minha sede?
Ficar parada como filho das palhas? Atitude passiva? Não sei... não combina comigo mas não estou com forças pra muita coisa.
Quero ficar na cama, assistir seriados, fazer crochê, comer porcaria...
Não poderá ser assim pra sempre.
Mas realmente não sei qual é o problema a ser resolvido.