domingo, 13 de setembro de 2009

Armadilhas

Na sabedoria de quem tem 4 anos de idade, Pedro constatou que construímos nossas próprias armadilhas. Esta é uma lição que vai ser difícil eu esquecer.
Às vezes me pego em situações delicadas mas que foram armadas exclusivamente por mim.
A primeira delas, é uma situação de inveja. Eu dou minha mão à palmatória e assumo que estou com inveja de uma pessoa que amo muito. Eu investiguei muito para descobrir se era ciúme ou inveja. Concluí que é o último - tão pouco nobre quanto o primeiro.. ambos, perfeitas mostras de humanidade, na sua pior forma.
A inveja é por um fato simples: alguém que, aparentemente não queria viver determinada situação, está vivendo e eu, que estou louca pra viver alguma situação, vivo situação nenhuma.
Acho isto um abuso do Destino, uma brincadeira de mau gosto do menino levado e mimado que conduz nossas vidas.
Agora, esta "situação nenhuma", não é tão nenhuma assim... apenas é uma situação que não está acontecendo na velocidade que eu gostaria. Pelo fato de ter tornado minha casca, que já foi muito grossa e dura, um pouco mais fina, me sinto no direito de viver situações mais plenas, mais constantes e consistentes porém, tenho vivido momentos intensos e espaçados, com promesas de vir a ser algo e esta esperança que me mata.
Recebi um conselho para viver este momento sem me entregar completamente, sem criar expectativa mas, na prática, acho impossivel fazer isto. Se não há entrega, não há envolvimento e eu tô atrás disto... conhecer uma alma profundamente, compartilhar segredos e sonhos, ser depositária dos segredos e sonhos do outro. Quero ajudar o outro crescer, aprender, ser forte.. quero mais momentos em que eu possa ser doce e serena.
De fato, agora sei o que quero e vejo história semelhante sendo vivida por outra pessoa?
Apesar de querer viver momentos nobres ainda tenho estes momentos podres dentro de mim. Talvez por isto a inércia prevaleça e eu continue presa na armadilha criada por mim mesma.

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