domingo, 23 de dezembro de 2007

sobre prisões e liberdade

tem outro tema que ficou martelando nestes dias... é melhor expurgá-lo também...

a gente constrói afeto mas tb contruúímos nossas prisões... ciúme, vício... tem vários...
fiquei pensando no Ryan Gracie... o que escrevi no dia da morte dele foi impulso.. depois me dei conta de que ele foi um cara super preso. Viciado é preso. Preso às drogas... preso ao cigarro, ao álcool, à carne... não vou fazer como um amigo meu que ainda inclui o gozo nesta história... mas ele tem razão - isto é pra outro dia...

Mas a gente se prende a tantas coisas? por quê?

a gente vê um cara bonito na festa, ficamos atraídas e não falamos com ele porque tememos o que vão pensar da gente...
Bem deixa eu corrigir isto: "nós", não... outras mulheres.. eu vou e falo com o cara...

Sentimento de culpa não faz parte da minha lista de prisões.

A gente reprime tanta coisa... tantos sentimentos... os sonhos que ficam embaixo do travesseiro, o medo do tempo e da ação do tempo... enfim.. muitos medos, muitas prisões... enquanto carta de navegação acho que estes medo limitam nossos navegares (agora, sim, no plural).

Mas quero falar de duas esferas aprisionantes da vida: sexo e drogas.
Vou voltar ao Ryan... ele ficou preso às drogas, nem o esporte e toda a filosofia de arte marcial e família Gracie foram suficientes pra arrancar estes grilhões do rapaz.
Quantas pessoas não pensam ter controle sobre o álcool mas são incapazes de idealizar uma festa sem álcool? "pra momentos reais de diversão tem que ter álcool", este é o pensamento deles.

Atenção, o que me deixa indignada é a obrigatoriedade do álcool. A condicionante: "se não tem álcool não está divertido".

Daí as pessoas se prendem e, quando vão ver, a história termina em doença, violência, um corpo detonado... e sempre negando os efeitos do álcool no corpo.. tem quem acredite que quando bebe dirige melhor!

Mas daí chego à outra prisão: sexo... as mulheres destes aprisionados concordam com eles! Dão razão.. e, depois deles encherem a cara voltam pra casa com ele dirigindo!

Óbvio que falo de realidade brasileira... sei que tem país com lei séria pra esta questão... gente que não entra em carro de amigo que bebeu todas e mais um pouco e insistem em dirigir... aqui a cena de gente com uma mão no volante e uma lata de cerveja na mão é corriqueira.

Mas por que estas mulheres topam isto? Por que fazem cenas de ciúme? caras e bocas? por que se calam diante de situações erradas, injustas? por que permitem a livre reprodução do machismo? por que fazem sexo com o cara fedendo a cerveja? por que precisa ter alguém pra chamar de "seu"? esta coisa de propriedade.. tão medieval!!

Vixi... daí chega naquele ritual tenebroso que é o casamento católico... uma catástrofe... a marcha nupcial é terrível, a cerimônia é triste, todo mundo chora... e o pai que entrega a filha a outro homem?? cadê a independência??? bom... já começa daí... mas as fulanas, livres, donas do seu nariz, querem a bendita cerimônia! querem este ritual!

mas também querem ser livres, orgasmos múltiplos, ser bem sucedidas...

tudo bem...
mas depois de tudo isto (a mistura do "tracidional", medieval) com o moderno elas fazem cenas de ciúme, dormem com homens bêbados, sem falar naquelas que sabem que seus companheiros molestam seus filhos...

Se prendem ao salto alto, baton, cartão de crédito, namorado pra andar de mão dada e mostrar pros outros que têm um homem que as desejam. Se sujeitam a ouvir pequenas grosserias todos os dias, pequenos recados que dizem que ela não é boa o bastante, que ele é o melhor.

Ai, chega.. este assunto me tira do sério... esta prisão eu não vivo. Sou livre e pago o preço por isto.

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